segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

z$%?#o.@&***



Certa vez, numa ruína de insetos que estavam putos com os tremores dos humanos que habitavam a cobertura...
A galera curtia a paz e convivia harmoniosamente quando certo dia chegou a eles o predicado...
O predicado propôs um prêmio a quem tivesse maior dedão do pé... premiou o X e saiu. Todos ficaram contentes com o fato de o predicado ter dado algo a um dos membros da galera... Porém X estava muito mais orgulhoso, afinal ele havia motivado a entrega do prêmio.
O predicado voltou novamente e desta vez propôs um prêmio a quem conseguisse fazer uma poesia com o horizonte. Desta vez Z ganhou e estava bem contente, afinal diferentemente do que acontecera com X, se ninguém soubesse fazer a poesia o prêmio não ficaria com a galera. Sua existência trazia lucros!
Dias depois chega outra vez o predicado, propõe comida farta a quem possuir mais de dois metros inclinados... P, Q e W se vangloriavam, se a existência de Z era lucrativa, a deles era muito mais...
Predicado antes de sumir vem algumas outras vezes e premia indivíduos...
Instantes depois há um grupo vaidoso que não quer dividir igualmente com os que não dão lucros... um grupo que não valoriza os premiados, mas esforça-se para chegar mais perto deles...
Um grupo de premiados que se acha melhor que o outro grupo e tenta provar isto a todo custo...
Mais três instantes irregulares e explode o excesso...

Complexo


Auto estima em 0
Amor próprio existe
Não me amo, mas me prefiro
Consciência persiste

Solidão em 0
Auto estima em pi
Consciência cadê?
Vaidade em mim
É função de você

Se você resiste
Eu recaio em mim
Se você se entrega
Solidão em pi

Coração exato é assim
Seno solidão
Auto-estima cosseno
Amor não pertence a R
Mas se C existe
Quero ser Complexo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004

Dô-dôs e Grand Foieurs


Os lépidos Dô-dôs, criaturinhas tão interessantes em sua pureza juvenil, sempre que podem expõem-se à morte. Interrompem seus vôos acrobáticos e suas danças típicas para, ansiosamente, ver que estado é esse em que se encontram todos os que somem ou abandonam seus corpos e nunca mais voltam. Não conseguem ver a morte como um fim, e por isso, tentam dar fim às suas magníficas vidas. Mas não sabem se matar, não sabem o que é “matar”, não criaram este verbo, pois não faz-lhes sentido, não enxergam a morte como um verbo, muito menos como reflexivo, não compreendem a sentença “morrer-se”. Só conseguem ser passivos de morte, o que atribuem a algo conquistado. Assim, fazem da morte a conquista maior em vida.

Expõem-se à morte, por não enxergarem meio melhor de conquista-la, indo aos locais sagrados. Locais geralmente habitados pelos Grand-foieurs, seres lentos, pesadões, enigmáticos, que em geral possuem uma rotina tosca e incompreensível, mas têm o poder de trazerem sorte aos Dô-dôs, atiram sortes aos Dô-dôs. Assim os pequeninos vão a estes lugares, tentarem sumir ou simplesmente abandonar o corpo, desligando-o. O êxito não é certo, no que eles tentam entreter-se em suas esperas pelo chamado ao além, fazem isto dançando e dando cambalhotas, fazendo estrelinhas e voando alegoricamente, às vezes cantam e fazem roda, mas ficam de certo modo tensos em caso de algum evento estranho. Quando vêem um Grand-foieur ou sentem a chuva ou os cheiros, que vêm de tempos em tempos, ficam parados, fazendo apenas pequenos vôos para posicionarem-se de maneira mais eficaz. Ficam nesses momentos torcendo os dedos, torcendo para serem convidados à morte.

Em geral, são nesses momentos especiais, nesses instantes diferentes, que as mortes ocorrem. Quando os Dô-dôs mais velhos vêem os corpos dos Dô-dôs mais jovens que conseguiram morrer, ficam com certo ciúme, fazem uma auto-análise para tentar saber porque eles não mereceram a morte, e em geral acabam atribuindo suas faltas de sorte a alguns pecados de sua adolescência. Ficam meio deprimidos, mas logo tornam a dançar e fazer acrobacias, num esforço que fazem-nos contentes.
Este Blog foi criado sob influência direta do autor de pitombaverde.blogspot.com, que eu recomendo fortemente, sem que se espere algo de extraordinário. Não será posto aqui nada de genial, nada que arrancará lágrimas ou suspiros, nada com teor artí­stico ou cientí­fico e no entanto espero que não seja uma total perda de tempo.
Sds.